As smart rural communities e a minimização da problemática socioambiental: Uma perspectiva a partir do contexto da Espanha - Tratado de la incontenible legitimidad del futuro de los sistemas jurídicos - Libros y Revistas - VLEX 976312864

As smart rural communities e a minimização da problemática socioambiental: Uma perspectiva a partir do contexto da Espanha

AutorCleide Calgaro/Ricardo Hermany
Cargo del AutorPós-doutorado em Filosofia e em Direito ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS/Pós-Doutor na Universidade de Lisboa (2011)
Páginas361-368
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As smArt rurAl communities e A minimizAçã o dA problemáticA socioAm-
bientAl: umA perspectivA A pArtir do context o dA espAnhA
caPíTulo xx
as smarT rural communiTies e a minimização da
ProblemáTica socioambienT al: uma PersPecTiva a
ParTir do conTexTo da esPanha
Cleide Calgaroξ
Ricardo Hermanyλ
Premissas inTroduTórias
A ideia de smart rural communities é uma alternativa para minimizar os problemas
socioambientais encontrados no âmbito agrícola, em especial da Espanha. Essas co-
munidades inteligentes podem ser implementadas no âmbito local dos municípios
rurais, onde permitirão que a população tenha acesso à tecnologia e a serviços que
possibilitarão a redução de problemas existentes nessa esfera. Desta forma, questio-
na-se: qual o papel das smart rural communities na minimização dos problemas so-
cioambientais no contexto espanhol?
ξ Pós-doutorado em Filosoa e em Direito ambos pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul - PUCRS. Doutora em Ciências Sociais na Universidade do Vale do
Rio dos Sinos - UNISINOS. Doutora em Filosoa pela Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul - PUCRS, na condição de taxista CAPES. Doutora em Direito pela
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Atualmente é Professora da Graduação e
Pós-Graduação - Mestrado e Doutorado - em Direito na Universidade de Caxias do Sul. É
Líder do Grupo de Pesquisa “Metamorfose Jurídica” da Universidade de Caxias do Sul-
UCS e Vice-Líder do Grupo de Pesquisa “Filosoa do Direito e Pensamento Político” da
Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Atua como pesquisadora no Grupo de pesquisa
“Regulação ambiental da atividade econômica sustentável (REGA)” da Escola Superior
Dom Helder Câmara. É membro do Comitê Assessor de Ciências Humanas e Sociais
da FAPERGS: Membro Titular (2019-2021). Orcid:
9598>. Lattes: . E-mail:
com>.
λ Pós-Doutor na Universidade de Lisboa (2011); Doutor em Direito pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (2003) e Doutorado sanduíche pela Universidade de Lisboa (2003);
Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (1999); Professor da graduação
e do Programa de Pós-Graduação em Direito- Mestrado/Doutorado da Universidade de
Santa Cruz do Sul – UNISC; Coordenador do grupo de estudos Gestão Local e Políticas
Públicas – UNISC. Lattes: . ORCID:
orcid.org/0000-0002-8520-9430>. Consultor Jurídico da Confederação Nacional de Muni-
cípios – CNM. E-mail: .
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Tendo como autor de base deste capítulo Luis Miguez Macho, Professor da Uni-
versidade de Santiago de Compostela, cabe trazer sua referência a Galícia como
exemplo do problema do despovoamento e a busca por uma lei que vise ao impulso
demográco na região. Para ele, as políticas públicas do atual “estágio democráti-
co e autônomo não serviram para mitigar essa tendência, apesar de que a provisão
de infraestruturas e serviços foi aumentada ostensivamente de todos os tipos nessas
áreas, o que inclui, em particular, a melhoria dos canais de comunicação” (2019, p.
1-2, tradução nossa)1.
Desse modo, entende o autor que a Galícia precisa projetar e aplicar tipos de po-
líticas públicas que sejam mais ecazes para que se aumente a demograa, como
também que se crie um equilíbrio demográco territorial e um dinamismo rural, caso
contrário, haverá risco de que as políticas públicas que visem ao combate do despo-
voamento rural sejam inecazes, além de agravarem o problema2.
De acordo com Miguez Macho (2019, p. 2-3, tradução nossa)3, para lidar com o
problema da Espanha do ponto de vista jurídico, são necessárias a organização terri-
torial e a gestão da terra. Dessa forma, o manejo da terra deve desempenhar um papel
importante no objetivo de equilíbrio demográco territorial. Para isso, “o signicado
e o objetivo desta política serão lembrados como função pública global que planeja os
diferentes usos do território e que não pode ser simplesmente reduzida a um tipo de
urbanismo supra-municipal”.
Nesse sentido, buscando responder ao problema da pesquisa utiliza-se o método
de abordagem dedutivo, iniciando uma abordagem a partir de dados gerais - premis-
sa maior - para dados especícos - premissa menor. Ademais, adota-se o método de
procedimento hermenêutico, eis que esse possibilita a correta interpretação dos tex-
1 “La consulta de la evolución de la población gallega desde el censo de 1981 hasta el pa-
drón municipal de 2018 corrobora que, tras la implantación del autogobierno en Galicia,
hay comarcas rurales, casi todas de interior, que han perdido más de la mitad de su pobla-
ción, por lo que las políticas públicas de la actual etapa democrática y autonómica no han
servido para atenuar dicha tendencia, a pesar de que se haya incrementado de manera
ostensible la dotación de infraestructuras y servicios de todo tipo en esas zonas, lo que
incluye en particular la mejora de las vías de comunicación”.
2 “Galicia no sólo necesita diseñar y aplicar políticas públicas efectivas de impulso demo-
gráco, que es a lo que va dirigido el mencionado anteproyecto de ley, sino también de
equilibrio demográco territorial y dinamización rural. De otra forma, se corre el riesgo
de que, si tuviesen éxito las políticas de impulso demográco, pero se mantuviese la ac-
tual tendencia de asentamiento de la población en las zonas urbanas y costeras, el proble-
ma de la despoblación del medio rural y del interior se podría agravar ulteriormente”.
3 “Para hacer frente a esta situación desde el punto de vista jurídico, hay dos tipos de ins-
trumentos que se pueden tomar en consideración: los de ordenación del territorio y los
de ordenación agraria. Así, lo primero que se va a estudiar es el papel que le corresponde
desempeñar a la ordenación del territorio en la consecución del objetivo del equilibrio
demográco territorial. Para ello se recordará el sentido y nalidad de esta política como
función pública global que planica los diferentes usos del territorio y que no se puede
reducir simplemente a una especie de urbanismo supramunicipal. En esta línea, los ins-
trumentos de ordenación del territorio tienen que integrar entre sus objetivos el equilibrio
demográco territorial, identicando las áreas despobladas o en riesgo de despoblación,
deniendo los usos productivos del suelo admisibles en esas zonas que habría que fomen-
tar, y planicando las infraestructuras y los servicios necesarios para la implantación de
actividades productivas y la jación de población en ellas”.
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tos. E a técnica de pesquisa é a bibliográca, voltada para documentações indiretas,
analisando os contornos e fundamentos da legislação, além de utilizar diversas obras,
livros, artigos, monograas, dissertações, teses, que dispõem sobre as temáticas.
Com isso, os instrumentos de planejamento espacial precisam integrar entre seus
objetivos o equilíbrio demográco territorial, identicando as áreas despovoadas ou
em risco de despovoação, denindo os usos produtivos do solo admissíveis nessas
áreas que devem ser promovidas, além de planejar as infraestruturas e serviços neces-
sários para a implementação de atividades produtivas e a xação da população nelas.
Outro ponto importante é uma política tradicional de reestruturação da propriedade
agrária, a qual deve se mobilizar para que haja terras agrícolas que sejam produtivas.
1. a governança local na PersPecTiva esPanhola: as PolíTicas Públicas e o
PlanejamenTo rural
Portanto, as alternativas propostas por Miguez Macho (2019, p. 18, tradução nos-
sa)4 para resolver o problema do despovoamento na Galícia estariam na necessidade
de um planejamento e políticas públicas que possam oferecer, sem dúvida, uma or-
ganização territorial.
O jurista arma que, em seu sistema constitucional, “essa política é competência
das comunidades autônomas, o que não impede o Estado de estabelecer alguns crité-
rios básicos que devem ser respeitados pela organização territorial que estabelecem,
utilizando competências transversais, como as relacionadas à regulamentação das
condições básicas que garantem a igualdade de todos os espanhóis no exercício de
direitos e no cumprimento de deveres constitucionais”.
Além disso, é preciso apoio e arranjo “do planejamento geral da atividade econô-
mica e outras potências mais setoriais, como as relacionadas a infraestruturas e obras
públicas de interesse geral ou à legislação básica sobre proteção ambiental, orestas,
exploração orestal e rotas pecuárias”.
Por m, é de fundamental importância a observância dos elementos essenciais na
luta contra o despovoamento e na revitalização do meio rural, a saber, “a mobilização
de terras agrícolas produtivas para combater seu abandono” (MIGUEZ MACHO,
2019, p. 19, tradução nossa). Nessa linha de pensamento, o autor ressalta que
[...] a evolução que ocorreu é muito interessante e reveladora na legislação
autônoma galega a partir do conceito tradicional de concentração à rees-
4 “Es necesario que exista una planicación conjunta y un tronco vertebrador de tales me-
didas, y la política pública que puede ofrecerlo es sin duda la de ordenación del territo-
rio. En nuestro sistema constitucional, esa política es competencia de las Comunidades
autónomas, lo que no impide que el Estado pueda establecer unos criterios básicos que
tengan de ser respetados por la ordenación territorial que aquéllas establezcan, utilizan-
do competencias transversales tales como las relativas a la regulación de las condiciones
básicas que garanticen la igualdad de todos los españoles en el ejercicio de los derechos y
en el cumplimiento de los deberes constitucionales (artículo 149.1.1ª de la Constitución) y
a las bases y coordinación de la planicación general de la actividad económica (artículo
149.1.13ª), y otras competencias de carácter más sectorial, como las relativas a las infraes-
tructuras y obras públicas de interés general (artículo 149.1.20ª, 21ª y 24ª) o a la legislación
básica sobre protección del medio ambiente, montes, aprovechamientos forestales y vías
pecuarias (artículo 149.1.23ª)”.
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truturação fundiária e daí à recuperação e valorização de terras agrícolas
produtivas, para as quais a mobilização constituiu um instrumento funda-
mental (MIGUEZ MACHO, 2019, p. 19, tradução nossa)5.
Como se observa, a Espanha enfrenta a grave problemática da despopulação no
âmbito rural. Citou-se, aqui, o exemplo da Galícia, entretanto, esse problema é reco-
rrente no país. Existe uma complexa situação de muitas áreas rurais e sua difícil con-
vergência com o nível de renda e bem-estar das áreas urbanas, fato que justica a bus-
ca de novas fórmulas para promover o desenvolvimento territorial das áreas rurais.
No caso especíco das áreas rurais espanholas e do interior em particular, seu
declínio demográco, social e econômico exige identicar quais possíveis dinâmicas
podem trazer inovações e até que ponto elas podem contribuir para aliviar um declí-
nio estrutural. Apresentam-se duas hipóteses para tal problema: a primeira é que o
crescimento inteligente seria maior nas áreas rurais que se assemelham às áreas ur-
banas e, portanto, economias de aglomeração podem se desenvolver. Essa hipótese é
apoiada pela evidência de que economias de aglomeração, e especicamente o desen-
volvimento e difusão de inovações, surgem nas áreas urbanas como consequência do
relacionamento entre as empresas situadas nessas áreas urbanas e que nelas formam
aglomerados.
Já na segunda hipótese, percebe-se que o crescimento inteligente seria mais pro-
vável nas áreas capazes de desenvolver uma economia criativa. Para esses proble-
mas apresentados, pode-se utilizar como forma de solução as cidades inteligentes, as
quais, aplicadas ao meio rural, podem ser uma alternativa para minimizar os proble-
mas socioambientais no país. Por isso, pode-se chamar de comunidades rurais inteli-
gentes, ou municípios rurais inteligentes, projetos que permitem uma nova visão de
sociedade e de resolução de problemas.
Esses projetos de urbes inteligentes utilizados no âmbito rural possibilitam aumen-
tar a demanda de empregos, preservar o meio ambiente, tornando as atividades ecoe-
cientes, além de reduzir o problema da despopulação na Espanha, através de inicia-
tivas e políticas públicas locais direcionadas e aplicadas nas smart rural communities.
5 “Un primer paso en este sentido se ha dado con la reciente regulación legal de los pro-
yectos de movilización de tierras. Si la experiencia de su aplicación práctica fuese posi-
tiva, se podría pensar en su generalización, regulando un procedimiento de calicación
administrativa de los proyectos de explotación agraria que precisan para su desarrollo el
acceso a tierra agraria productiva a n de declarar el interés social de los mismos, lo que
permitiría la adopción de medidas de movilización forzosa de las tierras abandonadas o
decientemente cultivadas incluidas en el perímetro en el que se vayan a ejecutar. Así, la
falta de colaboración de los titulares de esas tierras con el desarrollo de los proyectos que
nos ocupan, en la medida en que el estado de abandono de aquéllas se mantenga, podría
entenderse como incumplimiento de la función social de la propiedad consagrada en el
artículo 33.1 de la Constitución, lo que facultará a la Administración para la expropiación
de su uso, a través de una institución bien conocida en nuestro Derecho como es el arren-
damiento forzoso”.
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2. a aPlicação do Termo SmArT cITIES às comunid ades rurais: uma desafia-
dora PolíTica Pública
Importante salientar que o termo smart cities, apesar de parecer limitado a cidades,
também pode ser aplicado ao meio rural, não sendo excludente e permitindo que,
analogicamente, utilize-se a mesma lógica das cidades no campo, com as devidas
adaptações, considerando os problemas locais e o tipo de problema ambiental advin-
do desse perímetro de estudo. Os benefícios de acesso a serviços, emprego e oportu-
nidade, além da sustentabilidade, são questões vislumbradas no meio rural.
Assim, nas comunidades rurais, com a implementação das smart rural communities,
os serviços básicos estariam disponíveis da mesma maneira que nas cidades, e o de-
sao maior talvez estivesse na inclusão digital, o qual, através de incentivos governa-
mentais locais e de políticas públicas, pode ser superado.
A ideia de tornar a comunidade rural inteligente se pauta no objetivo de reduzir
custos e consumo de recursos, evitar a degradação ambiental, buscar alternativas
para reduzir a despopulação rural e vislumbrar um maior contato e capacidade de
escolha e resposta dos cidadãos que vivem nessas áreas rurais. Entre a cidade e o
campo, alguns problemas são comuns e precisam de alternativas, como, por exemplo,
a degradação ambiental causada pela poluição e pelo desmatamento, e um transporte
mais eciente, que melhore o acesso do campo à cidade e vice-versa.
Quem vive nas comunidades rurais precisa do acesso a serviços sociais, seja de
saúde, educação e assistência, os quais são direitos fundamentais essenciais. Existe a
necessidade de acesso a lojas, aos locais de entretenimento e lazer, além do acesso a
empregos, entre outros direitos básicos. Desse modo, o investimento em smart rural
communities permite que o isolamento territorial do campo em relação à cidade seja
reduzido, que surjam empregos e alternativas ecoecientes que reduzam a despopu-
lação nessas áreas.
A partir disso, obtém-se economia e otimização de recursos naturais, situação que
permite que o direito à sustentabilidade local seja implementado por uma gestão sus-
tentável de resíduos, e mesmo com uma irrigação inteligente, que leva à redução da
utilização de recursos que são nitos na natureza. Através dessa tecnologia, também
é possível reduzir gastos e minimizar impactos na pecuária (JUNTA ANDALUCÍA,
2019)6.
A implementação da tecnologia de informação no setor agrícola pode programar
novas ideias, como o turismo agrícola, e mesmo aperfeiçoar processos de tomada
de decisões, criando um ambiente colaborativo, ambientalmente sustentável e com
maior produtividade. A melhora é sentida tanto pelo produtor quanto pelo consu-
midor nal, visto que há economia com gastos em matéria-prima, permitindo que o
produto nal que mais barato e competitivo, possibilitando buscar estratégias de
planejamento e criação de produtos que sejam personalizados e adequados ao con-
sumidor nal.
A partir disso, observa-se que a tecnologia executada no setor agrícola possibilita
a criação de novos empregos, a distribuição das tarefas humanas de forma mais ade-
quada, a utilização controlada e responsável de defensivos agrícolas, ou seja, agro-
6 Consultar em: Junta de Andalucía. Andalucía Es Digital. -
ciaesdigital.es/smart-rural-el-impulso-de-la-smart-city-en-los-pequenos-municipios/#-
Que_es_la_Smart_Rural>. Acesso em: 11 maio 2019.
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tóxicos, no intuito de reduzir a quantidade e proteger o trabalhador, o qual terá que
usar equipamentos para a aplicação (JUNTA ANDALUZIA, 2019).
Segundo o conteúdo do blog da andalucía.es digital (JUNTA ANDALUZIA, 2019)7,
é possível cidades inteligentes rurais, isso porque, quando se aplicam as tecnologias
no âmbito rural e em pequenos municípios, promove-se uma agricultura mais eco-
eciente. Esta se preocupa com os produtos que está dispondo para o mercado de
consumo e além disso os preços desses produtos são revistos, o que benecia toda a
cadeia social.
Assim, na zona rural, há uma melhora dos ciclos, visto que permite o turismo
rural, com a melhora da qualidade de vida e com oportunidades de trabalho, o que
leva a reduzir o problema da despopulação, fazendo com que as pessoas queiram
permanecer naquele espaço local de origem.
Ainda segundo o blog da andalucía.es digital (JUNTA DE ANDALUZIA, 2019)8, a
aplicação de novas tecnologias no campo e em pequenos municípios não é algo que
chegará, mas já é totalmente atual, como evidenciado por iniciativas como a Feira de
7 “El sector turístico se ha convertido en una alternativa válida para promover el desarrollo
socioeconómico de las zonas rurales y luchar así contra su acuciante deterioro y despo-
blación. En este sentido, la Consejería de Turismo y Deporte de la Junta de la Comunidad
Autónoma de Andalucía, en España, se ha encargado, entre otras cuestiones, de gerenciar
y planicar la actividad turística en el territorio andaluz. En la actualidad cuenta con dis-
tintos planes en vigor, donde destacamos por su especial relevancia la Estrategia Integral
de Fomento del Turismo de Interior Sostenible de Andalucía Horizonte 2020 (Junta de
Andalucía, 2016), donde se dene una estrategia turística general para los municipios del
interior, exceptuándose, claro está, a las grandes ciudades y los municipios del litoral.
Surge de un proceso participativo iniciado en noviembre de 2012 con la Conferencia Es-
tratégica de Turismo, celebrada en Torremolinos (Málaga), fruto del diálogo y compromiso
de un amplio grupo de representantes del ámbito turístico de diversos sectores públicos
y privados, así como de la Administración y de los agentes económicos y sociales. En
denitiva, se trata de un documento abierto, participativo y transparente donde en su
elaboración se han tenido en cuenta los principios de participación, consenso y codecisión
(Junta de Andalucía, 2016)”.
O setor do turismo tornou-se uma alternativa válida para promover o desenvolvimento
socioeconômico das áreas rurais e, assim, lutar contra sua pressão deterioração e despo-
voamento. Nesse sentido, o Ministério do Turismo e Esportes da Junta da Comunidade
Autônoma da Andaluzia, na Espanha, tem sido responsável, entre outras questões, por
gerenciar e planejar a atividade turística no território andaluz. Atualmente, possui dife-
rentes planos em vigor, onde se destacam por sua a Estratégia Integral para a Promoção
do Turismo Interior Sustentável é particularmente relevante Andaluzia Horizonte 2020
(Junta de Andaluzia, 2016), onde uma estratégia geral de turismo para municípios do in-
terior, exceto, é claro, para grandes cidades e municípios costeiros. Surge de um processo
participativo iniciado em novembro de 2012 com a Conferência Estratégica de Turismo,
realizada em Torremolinos (Málaga), fruto do diálogo e compromisso de um grande gru-
po de representantes do setor de turismo de vários setores públicos e privados, bem como
Administração e agentes econômicos e sociais. Em última análise, é sobre um documento
aberto, participativo e transparente, onde na sua preparação levando em consideração os
princípios de participação, consenso e co-decisão (Conselho de Andaluzia, 2016)”.
8 “No es algo que vaya a llegar, sino que ya está de plena actualidad como lo demuestran
iniciativas como la Feria de Innovación Rural, Fimart, que organiza la Diputación de Cór-
doba o la Feria de Innovación y Nuevas Tecnologías que promueve la Diputación de
Sevilla para su implantación en los municipios de la provincia”.
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Inovação Rural, Fimart, organizada pelo Conselho Provincial de Córdoba, ou a Feira
de Inovação e Novas Tecnologias, promovida pelo Conselho Provincial de Sevilha,
para sua implantação nos municípios da província.
Além disso, as aplicações móveis são outro elemento utilizado no âmbito rural.
Com isso, existem cada vez mais “APPs que simplicam e agilizam os procedimentos
dos agricultores e os informam, em tempo real, do status de suas fazendas, culturas
ou o preço de seus produtos”. A Junta de Andaluzia cita que “um exemplo é o Alcuza
APP, uma startup promovida pelo Programa Minerva e comprometida com uma das
principais culturas no interior da Andaluzia: o olival” (JUNTA DE ANDALUZIA,
2019)9.
A Junta de Andaluzia menciona o Big Date como mecanismo de utilização e a ro-
bótica no campo da pecuária e da agricultura, armando que
[o] Bynse é um aplicativo espanhol que fornece aos agricultores todos os
dados sobre suas culturas e o ambiente em que estão localizados. O ob-
jetivo é otimizar o desempenho das fazendas e antecipar situações como
mudanças climáticas ou condições do solo. A implementação de robôs em
fazendas de gado não apenas automatiza processos, mas também incor-
pora dados e informações importantes sobre a qualidade do produto que
permite ao agricultor ter um controle mais exaustivo sobre sua operação e
direcionar seus esforços para melhorar a resultados do seu negócio (JUN-
TA DE ANDALUZIA, 2019)10.
Dessa forma, para a Junta, na zona rural há uma melhora dos ciclos de trabalho e
de acesso através das tecnologias11. Portanto, esta justica a utilização das smart rural
communities trazendo uma série de projetos que levam a sua efetivação e comprovam
que elas são viáveis, como se verica,
[a]través da promoção de uma cultura empreendedora com soluções em
áreas rurais, como as desenvolvidas pela aceleração de Startups no Futuro
9 “APP que simplican y agilizan los trámites de los agricultores y les informan, en tiempo
real, del estado de sus explotaciones, cultivos o del precio de sus productos. Un ejemplo
es Alcuza APP, una startup impulsada por Programa Minerva y que apuesta por uno de
los cultivos estrella del campo andaluz: el olivar”.
10 “Bynse es una aplicación española que pone al servicio de los agricultores todos los datos
de sus cultivos y del entorno en el que se localizan. El objetivo es optimizar el rendimiento
de las explotaciones y poder adelantarse a situaciones como cambios meteorológicos o en
las condiciones de la tierra. La implantación de los robots en las explotaciones ganaderas
permite no solo automatizar los procesos, sino que también incorpora importantes datos e
información sobre la calidad del producto que permiten al ganadero tener un control más
exhaustivo sobre su explotación y dirigir sus esfuerzos a la mejora de los resultados de su
negocio”.
11 “Gracias a iniciativas como Red Guadalinfo los residentes en pequeños municipios y zo-
nas rurales pueden conectarse a ofertas de trabajo en el ámbito rural. Es el caso de la APP
Guadalinfo Videocurrículum que permite tener al alcance del smartphone todas las opor-
tunidades de trabajo y proyectos de emprendimiento en el entorno de los pequeños mu-
nicipios andaluces. Las nuevas tecnologías aplicadas en los pequeños municipios pueden
servir tanto para potenciar el turismo rural, como para mejorar la calidad de vida de sus
habitantes y poner a su servicio toda la información que necesitan para estar informados
sobre su localidade” (JUNTA DE ANDALUZIA, 2019).
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Cleide Calgaro/riCardo Hermany
Aberto da Andaluzia ou do Programa Minerva e ao qual este ano se soma
o compromisso com iniciativas focadas em Agrotech e Smart Agro no cen-
tro da Andaluzia Open Future El Cable de Almería. Através da promoção
da estratégia Cidade Inteligente do Governo da Andaluzia e do compro-
misso de alcançá-la na maioria dos municípios da Andaluzia, indepen-
dentemente do seu tamanho, por meio da Rede Andaluza de Agentes
de Desenvolvimento Inteligentes (RADIA). Com o trabalho realizado há
anos na rede de centros Guadalinfo, que traz vantagens e novos usos da
tecnologia a milhares de andaluzes residentes em áreas rurais e em muni-
cípios com menos de 20.000 habitantes (JUNTA DE ANDALUZIA, 2019)12.
consideraçÕes finais
A ideia de smart rural communities é uma alternativa para minimizar os proble-
mas socioambientais encontrados no âmbito agrícola do Brasil e da Espanha. Eviden-
ciou-se que essas comunidades inteligentes podem ser implementadas no âmbito lo-
cal dos municípios rurais, onde permitirão que a população tenha acesso à tecnologia
e a serviços que possibilitem a redução de problemas existentes nessa esfera. Desta
forma, questionou-se: qual o papel das smart rural communities na minimização dos
problemas socioambientais no contexto espanhol?
12 “Através del fomento de la cultura emprendedora con soluciones en el terreno rural,
como las desarrolladas a través de la aceleración de Startups en Andalucía Open Future o
Programa Minerva y a las que este año se añade la apuesta por las iniciativas centradas en
el Agrotech y el Smart Agro en el centro de Andalucía Open Future El Cable de Almería.
Através del impulso de la estrategia Smart City de la Junta de Andalucía y el compromiso
de hacerla llegar a la mayor parte de los municipios andaluces, sea cual sea su tamaño, a
través de la Red de Agentes de Desarrollo Inteligente de Andalucía (RADIA). Con la labor
que desde hace años se viene desempeñando en la Red de centros Guadalinfo que acercan
las ventajas y nuevos usos de la tecnología a miles de andaluces residentes en zonas rura-
les y en municipios de menos de 20.000 habitantes” (JUNTA DE ANDALUCÍA, 2019).

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