Inovação com ética: desenvolvendo e implementando as técnicas substitutivas ao uso de animais não-humanos na pesquisa e ensino na área biomédica - Tratado de bioética, cibernética y derecho digital. Desde el balcón de los derechos fundamentales - Libros y Revistas - VLEX 976313166

Inovação com ética: desenvolvendo e implementando as técnicas substitutivas ao uso de animais não-humanos na pesquisa e ensino na área biomédica

AutorTatiana Tavares da Silva
Cargo del AutorGraduação em Medicina (Faculdade de Ciências Médicas da UERJ, 1988)
Páginas227-238
227
DesenvolvenDo e implementanDo as técnicas substitutivas ao uso De animais
não-humanos na pesquisa e ensino na área bioméDica
caPítulo Xii
inoVaÇÃo com ética:
DesenVolVenDo e imPlementanD o as técnicas substitutiVas
ao uso De animais nÃo-humanos na PesQuisa e ensino na Área
bioméDica
Tatiana Tavares da Silva1
INTRODUÇÃO
A utilização de animais não humanos na área biomédica como um instrumento
na busca do saber e em pesquisa, ensino ou testes industriais, é uma prática corren-
te e institucionalizada. No entanto, a discussão ética que se sobrepõe a essa prática
está mais intensa atualmente. Com a convivência cada vez mais estreita entre animal
humano e animal não humano, e o aprofundamento dos estudos na área da etologia,
passamos a conhecer melhor algumas espécies e a compartilharmos espaços. Viven-
ciamos, assim, um grande paradoxo, pois enquanto trazemos animais não humanos
para o interior de nossos lares, como membros da família (famílias multiespécie),
simultaneamente, na esfera da ciência, submetemos animais a graus extremos de ins-
trumentalização, tendo como exemplo máximo dessa prática a geração de animais
transgênicos.
Descaracterizamos o animal como um ser próprio, pertencente por vezes a espé-
cies com as quais convivemos em nossos lares, para utilizá-lo como mero instrumento
na busca do saber ou produção industrial, como um meio para atingir um m, que no
caso é o benefício humano.
No contexto da formação biomédica, torna-se necessário reetir acerca da utili-
zação do animal não humano e o porquê da sua utilização, se é realmente o modelo
padrão (o “padrão ouro”) ou se constitui uma prática sem base cientíca bem de-
nida, apoiada na própria forma de fazer a ciência, que dentro de uma necessidade
de replicação de resultados, na busca da validação destes, faz com que a prática se
perpetue. E, principalmente, é preciso questionar se é ética a sua prática.
1 Graduação em Medicina (Faculdade de Ciências Médicas da UERJ, 1988); mestrado em
Medicina, ênfase em Cardiologia (Faculdade de Ciências Médicas da UERJ, 1996); dou-
torado em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (Programa de Pós-Graduação em
Bioética, UFRJ-UERJ-FIOCRUZ-UFF, 2014). Professora associada da Faculdade de Ciên-
cias Médicas da UERJ; coordenadora da disciplina de Bioética do Mestrado Prossional
em Telemedicina e Telessaúde (Faculdade de Ciências Médicas da UERJ); pesquisadora
CNPq em Telemedicina e Telessaúde. Endereço eletrônico: tavares_tatiana@yahoo.com.
br. ORCID: 0000-0001-5738-0321 CV lattes http:://lattes.cnpq.br/6520593823698994

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