Relaciones espaciales como morfogénesis del territorio de la Avenida Brasil, en Río de Janeiro - Vol. 48 Núm. 143, Enero 2022 - EURE-Revista Latinoamericana de Estudios Urbanos Regionales - Libros y Revistas - VLEX 878347652

Relaciones espaciales como morfogénesis del territorio de la Avenida Brasil, en Río de Janeiro

AutorPedro de Moraes
CargoUniversidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
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  |  |   | pp. - |  | ©EURE
Relações espaciais como morfogênese
do território da Avenida Brasil,
no Rio de Janeiro
Pedro de Moraes. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
 | Este artigo aponta um vocabulário conceitual orientado à morfologia dos
espaços estabelecidos entre infraestruturas rodoviárias e território, a partir de uma
análise sobre a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Em primeiro lugar, descrevem-se o
impacto e o cenário conf‌igurados pela rodovia sobre a metrópole da qual faz parte.
Em seguida, realiza-se uma revisão dos parâmetros que conduziram sua formação e
consolidação espaciais, sucedida por uma descrição de seu encaixe e situação territo-
riais, informada por registros cartográf‌icos históricos e contemporâneos. Por último,
propõem-se algumas articulações entre as diferentes camadas que conformam este
sistema, apontando-se a um conjunto de questões, a partir das relações levantadas.
- | morfologia urbana, infraestrutura urbana, metropolização.
 | is article refers to a conceptual vocabulary concerning the morphology of the
spaces established between road infrastructures and territory, based on an analysis of Ave-
nida Brasil, in Rio de Janeiro. e f‌irst part consists of a description of the highway’s impact
on the metropolitan scenario. Secondly, a review takes place regarding the parameters that
led to its spatial formation and consolidation, followed by a description of its territorial
situation, informed by historical and contemporary cartography. Finally, articulations are
proposed between the dif‌ferent layers that shape the system, pointing to a set of questions
drawn from the f‌indings.
 | urban morphology, urban infrastructure, metropolization.
Recebido em 9 de outubro de 2019, aprovado em 5 de maio de 2020.
E-mail: pedro.moraes@fau.ufrj.br
: ./... |   -
2©EURE |   |   |   | pp. 1-23
Introdução
A Avenida Brasil, no Rio de Janeiro é um ícone do urbanismo rodoviarista, o qual, a
partir especialmente da década de 1940, incidiu determinantemente sobre as dinâ-
micas de mobilidade, expansão urbana e habitação das principais metrópoles do
país. Na cidade capital nacional até o ano de 1960, a abertura desta via signif‌icou a
reverberação de intensos incentivos à indústria de maneira geral, à inserção progres-
siva do automóvel particular como meio de locomoção, de esforços para desafogar
o f‌luxo de veículos do centro e parte da zona norte e de promover uma integração
com o sistema interurbano de estradas de rodagem. Com base em parâmetros do
urbanismo moderno, buscava-se, na expansão urbana, especialização viária e no
zoneamento funcional, um modelo que pudesse superar uma série de críticas e pro-
blemas identif‌icados às cidades do século .
Construída e inaugurada entre 1939 e 1946, no Estado Novo, governo ditatorial
de Getúlio Vargas, a Avenida Brasil foi implementada inicialmente como um eixo de
aproximadamente 17 km de extensão, na direção norte-sul, sobre margens aterradas
da Baía de Guanabara, a leste, e o tecido dos bairros suburbanos da Leopoldina,1 a
oeste. Em 1961, foi incorporada à antiga Avenida das Bandeiras, que, com 41 km
de comprimento em sentido perpendicular, cortava toda a extensão longitudinal da
cidade, desde as cercanias da Baía até seu limite oeste, no bairro de Santa Cruz. A
via unif‌icada, com mais de 58 km de extensão, atravessa, hoje, 30 bairros das zonas
norte e noroeste da cidade, recebendo diariamente, um f‌luxo em torno dos 250.000
veículos (Figura 1).
Sua construção e evolução urbana foram preponderantes sobre a ocupação dos
subúrbios e áreas periféricas do Rio de Janeiro, atuando determinantemente sobre
a conf‌iguração da região metropolitana. Ao longo de sua extensão, vivem hoje em
torno de 1,5 e 2 milhões de habitantes, número que ultrapassa os 30% da população
do município e 12% da população da metrópole (Instituto Brasileiro de Geograf‌ia
e Estatistica [], 2010).
Encarada estritamente a partir da chave da mobilidade urbana ou de sua impor-
tância logística, esta rodovia carece de maior diálogo e aderência com os territórios
sobre os quais se insere. Marcada por um cenário de informalidade, sobreposições
de usos, escalas e velocidades, engarrafamentos e violência, a Avenida Brasil é vista,
de maneira geral, como locus do caos urbano, do erro, do equívoco, da falta de
projeto e planejamento, pouquíssimo contemplada por políticas públicas e ignorada
enquanto receptáculo de constantes e intensas dinâmicas metropolitanas.
Em um contexto no qual “tudo é f‌luido e ambíguo, de morfologia cambiante,
sem coerência formal, de difícil interpretação das características e padrões”, torna-
-se “problemática a formulação de um projeto de cidade nos moldes tradicionais”
(Farias-Filho, 2012, p. 224). Este trabalho se coloca, portanto, a partir da hipótese
de que há lógicas subjacentes às relações entre a infraestrutura e o território, cuja
descrição deve situar-se para além de categorias formais, por um lado, de parâmetros
1 Inclui os bairros de Bonsucesso, Manguinhos, Olaria, Penha, Penha Circular, Vila da Penha,
Parada de Lucas, Brás de Pina e Ramos, rota da estrada de ferro Leopoldina.

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